terça-feira, março 25, 2008

Desisti de encontrar lógica no pensamento, deixei de procurar sentido nos sentimentos, acabei a desejar não ter vontade de te desejar tanto, deixei de olhar os espelhos porque no reflexo estavas a olhar para mim, fiz de conta não saber somar e passei a dizer que 1+1=0 como forma de negar a existência do número 2, destruí as cartas que me enviaste mas continuei a escrever sobre nós, fiz de conta que o tempo havia passado quando me pareceu ter sido ontem o último beijo.
Estou enganado quando penso que o brilho dos teus olhos ainda é o mesmo ou serão os meus olhos que estão turvos de brilhar para ti?
Sinto que destruí tudo quanto valia a pena e soltei-te de livre vontade numa tentativa de preservação de mim mesmo, para não me sentir anulado. Ontem, porém, quando passei por baixo daquela árvore que era nossa, só me vi a mim e vieram-me à lembrança as tuas mãos a passarem nos meus ohos e jurarem que aquele momento estaria para sempre em nós.

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