Não adianta fechares os olhos, não te trás de volta ao que queres e a realidade vai sempre doer, comer-te por dentro como uma doença. Ao abrires os olhos vai ver um Mundo novo ou ter tudo de volta, como a maré que sabes ser sempre cheia depois da vazia? De que vale gritares Aleluia se não te trás a salvação e nunca acreditaste realmente na eternidade? Porque acreditas na mudança quando tudo em ti são rotinas? Acordar, ir trabalhar, voltar a casa e repetir tudo de novo... De que te valem as lágrimas? Essas que vertes sempre que de olhos abertos te sentes acordar e entendes que a tua vida irá ser apenas mais uma poeira nos milénios da Terra. Amaste? Sorris-te? Choras-te? Estiveste com quem quiseste e onde quiseste?
Um dia acordas e tens um corpo que nunca pensaste vir a ser o teu, uma vida que nunca sonhaste ser a tua e alguém que nunca pensaste vir a estar ao teu lado a dizer-te: "Meu amor, tens dores? Queres que chame o médico? O Sr. Prior já te vem dar a unção..."
Que fizeste? O que mudaste? Nada...
"Acredito em Deus!"
Acreditas? Mas então porque não viveste a tua vida despreocupada? Porque não transbordaste amor mas sim preocupações, projectos, ambições, stress?
Pedem-te amor, falam-te de amor mas tu nunca entendeste pois não?
Morreste na esperança da vida eterna mas não entendeste que a eternidade é alcançada aqui, agora, nos teus actos, nesta vida, nesta terra, com estas lágrimas e com estes sorrisos que só mesmo Deus poderia tornar possível.
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