sexta-feira, maio 30, 2008

Gostava de não sentir os olhos como se fossem uma barragem pronta a rebentar, de não sentir o coração bater como o ritmo do motor de um carro velho, de não suar e sentir a pele viscosa. Gostava de me sentir normal novamente e de te dar o valor que devias ter tido e não o que te dei. Nunca quis que fosses um escape a tudo o que eu sentia mas acabaste por ser.
Lembro-me de ti cada vez que vou à praia e deixo o carro virado para as ondas. Lembro-me do teu beijo quando entro na água e sinto o mar salgado. Sei agora que fui injusto, não te beijava a ti mas a quem gostava que estivesse no teu lugar, não gostei de ti mas de quem gostava que fosses. Quase todos os dias nos vemos mas já não olhas para mim, compreendo, deste-me tudo e não o soube receber com a beleza e sinceridade que me era exigido. Não sei se vais ler este texto, não sei o que te possa parecer isto tudo ou sequer se não queimaste tudo o que a nós dizia respeito mas sei que, ou pelo menos penso que, seguiste a tua vida como eu não fui capaz. Só espero que estejas bem, visto que sou demasiado cobarde para te perguntar.

Estou sozinho...

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